DESENHAR COM PERSPETIVA.
Vídeo demonstrando o uso da perspetiva:
A perspectiva produz a ilusão da realidade, mostrando os objetos no espaço nas suas posições e tamanhos corretos. Desde que surge na renascença, quase toda pintura obedecia a este método de representação. Leonardo da Vinci acreditava que «sem perspectiva…nada pode ser bem feito nos campos da pintura».
A perspetiva é "a ciência da representação de objetos e do espaço que os cerca e da maneira como esses são percebidos pelo olhar, a partir de um ponto de vista fixo".
Os Gregos já desenhavam partindo dos princípios básicos da perspetiva.
Na época medieval, aumentavam o tamanho dos objetos com mais valor simbólico. Esta falta de vontade de representar com realismo fez com que a perspetiva desaparecesse durante pelo menos oito séculos.
Em meados do século XV, no período da história conhecido como quatrocento, surge a noção de "ponto de vista" , que determinou a perspectiva de projeção central, proposta através de desenhos, por Filippo Brunelleschi (falecido em 1446), a qual chamou de Construzione Legittima. Descobriu que para se representar com realismo, devia-se partir de um ponto de fuga e um ponto de vista único e imóvel.

SE o ponto de vista do observador for em frente à face do cubo, é necessário 1 ponto de fuga.
SE o ponto de vista do observador for estar virado para uma das arestas verticais (uma «esquina») do cubo, são necessários 2 pontos de fuga.

Brunelleschi demonstrou a perspectiva por meio de um dispositivo óptico: o artista percebeu que todas as linhas dos diversos edifícios florentinos daquelas arestas convergiam para um ponto na linha do horizonte.
Em 1420 pintou a «Plaza de la Signoria» em Florença com esta nova concepção de pintura.
Quando a terminou, fez-lhe um furo e colocou-se na sua parte de trás observando-o através de um espelho para ela virado.
Alberti havia limitado a sua obra às figuras posicionadas no plano de terra (ou seja, no "chão"). Piero della Francesca foi além, posicionando objetos em praticamente qualquer ponto da ilusão tridimensional da pintura.
Brook Taylor, no seu livro intitulado Linear Perspective, propiciou o surgimento do método exato com dois pontos de fuga. No início do século XIX Jean-Victor Poncelet (1788-1867) elaborou a Geometria projetiva, na sua obra Traité des Propriétés Projectives des Figures, de (1822).
Brunelleschi utiliza já as noções básicas do desenho em perspetiva que são:
O ponto de vista, PV: o local de onde o olha o observador, à altura dos olhos.
A linha do horizonte, LH: a linha horizontal que observamos na paisagem, por exemplo, entre o mar e o céu. Representamos esta linha em perspetiva por uma recta horizontal cuja posição varia, segundo o ponto de vista do observador, por exemplo, se o observador estiver em pé, esta linha está mais acima, se o espectador estiver sentado, estará mais abaixo.
O ponto de fuga, PF: é o lugar na linha do horizonte para onde se dirigem todas as linhas paralelas ao observador. Para o compreender-mos, imaginemos sentarmo-nos entre os carris de uma linha de comboio, observando como são paralelos. Reparamos ao longe, que as linhas unem-se num ponto imaginário, que é o ponto de fuga.
As linhas de fuga: são diagonais que se unem no ponto de fuga, representando na realidade as linhas paralelas ao observador, ou seja, às suas linhas de visão, que vão desde o seu ponto de vista até ao horizonte.
Vídeo sobre pontos e linhas de fuga:
Na perpetiva desenhamos na nossa folha de papel, o mesmo que acontece no plano do quadro, pintado abaixo, a cinzento: desenhamos o resultado da interseção dos raios visuais que partem do objeto até ao observador. Como este conjunto de raios com vértice no observador, forma um cone, atribuiu-se o nome de perspetiva cónica.
ESCOLHER O PONTO DE VISTA
A DISTÂNCIA AO OBJETO
Colocamos o objeto à altura dos nossos olhos, e colocámo-nos suficientemente longe de modo a ver-mos todo o objeto, mas de modo a observar-mos os seus pormenores. As posições do objeto e da folha de papel devem ser escolhidas de modo a poder-mos ver cada um com um simples movimento de olhos.
ALTURA EM RELAÇÃO AO OBJETO
Quanto à escolha da altura do ponto de vista, tanto o superior (em baixo, à esquerda) como o inferior (em baixo, à direita) podem trazer dificuldades, embora sejam mais dinâmicos.
Sugerimos então o ponto de vista intermédio, (ver abaixo), associando o ponto de vista frontal, que nos dá dimensões reais da altura, largura e profundidade, ao ponto de vista superior em relação ao objeto, representando-se a distância entre a face superior do objeto e o plano horizontal onde está pousado.
SUGESTÕES:
- Reinventa um objeto.
- Reinventa o seu desenho colocando-o ou colocando-te numa nova posição!
DESENHAR PARTINDO DE ESTRUTURAS GEOMÉTRICAS.
Podemos imaginar para a cadeira abaixo, a estrutura geométrica à esquerda. O uso desta estrutura ajuda a impedir que o desenho fique distorcido ou que não caiba no espaço onde o queremos desenhar.
Na imaginação de estruturas auxiliares, usamos as figuras geométricas mais simples possíveis. No caso da cadeira, usamos um cubo e um quadrado.
Para obtermos maior controle sobre a altura e proporção, devemos medir distâncias, por exemplo, em relação a um eixo principal de simetria.
EXERCÍCIOS
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